Os meus passos
têm de seguir os passos dos outros homens.
Pisar sobre uma pegada
que tenha sido segura
antes da nossa,
é reconfortante
por se saber
que o chão não nos vai fugir
debaixo dos pés.
Difícil, difícil mesmo
é saber quais são aquelas
que nos levarão por um caminho,
ainda que coberto por neve
e sem que se vejam os beirais da senda,
onde apenas se manchem os pés
e se possa ficar com a consciência limpa.
Os pés lavam-se no final da jornada.
A consciência por muito que se enxagúe em mentiras,
por muito que se esfregue com cinismo,
ficará enxovalhada mesmo depois da morte.
A brancura da neve
se não for cuidada
transforma-se num lamaçal imundo.
Andam pisando a consciência do meu país
em nome da desgraça do mundo.
(2003-03-17 Por ausência de uma semana esta série sofrerá uma interrupção, quaisquer que sejam os acontecimentos que venham a ocorrer entretanto, voltarei sempre pela Paz e pelo reconhecimenrto da dignidade humana)