Sou apenas um amador de fotografia, talvez de segundo ou terceiro nível. Mas gosto de fotografar.
Não serei um juiz em obra alheia, porque essas coisas me fazem pensar que a perfeição diz respeito principalmente (mas não somente) à escolha dos nossos juízes, à quantidade e qualidade deles. Pessoas diferentes julgar-me-iam de formas diferentes. Nenhuma delas estaria totalmente errada ou totalmente certa. O que me faz pensar também que as únicas virtudes que dependem da disposição alheia são aquelas que não criam indisposições ou, sem generalizar, aquelas que melhor as evitam. Por exemplo, a paciência, a tolerância e a humildade, virtudes que não pressupõem uma acção (às vezes as anulam).
Ser justo é distribuir elogios e censuras com critério, é saber reconhecer a boa vontade de cada um, é aprofundar as coisas e ter em conta, se for preciso, as causas que dificultam o esforço daquele que fez quanto pôde.
Ser justo é permanecer imparcial em todas as circunstâncias, sem nunca se deixar arrastar por suas simpatias ou suas antipatias, é conciliar a promoção com o valor e as aptidões provadas, e não com o peso das recomendações ou com a habilidade na arte de lisonjear.
Tende a certeza de que todo o ser humano é perfectível. Que os vossos juízos sejam sempre provisórios e nunca irrevogáveis. Guardai-vos de nunca "classificar" definitivamente um homem. Nada seria mais injusto nem mais desanimador.
Deixe que cada um exercite a arte que conhece. (Aristóteles)